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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O número de empreendimentos lançados em São Paulo caiu em 2022 na comparação com 2020 e 2021 -dois anos históricos para o setor.
Segundo pesquisa da Brain Inteligência Estratégica, as novas construções até novembro do ano passado chegaram a 1.855 unidades. Em 2021, por exemplo, os lançamentos por trimestre chegaram a mais de 4.300 unidades.
Outro panorama da consultoria mostra que, em janeiro deste ano, foram lançados 12 empreendimentos residenciais, totalizando 1.894 unidades em São Paulo. O padrão com maior disponibilidade foi o de superluxo, seguido pelo médio. Os imóveis de um dormitório têm a menor disponibilidade.
O recuo indica um movimento em busca de equilíbrio do mercado, após dois anos de recordes de vendas, e a preocupação com o cenário econômico brasileiro, afirma Fábio Tadeu Araújo, sócio dirigente da Brain Inteligência Estratégica.
De acordo com Araújo, a queda nos lançamentos nos últimos meses é diferente da registrada em outros momentos de alta demanda, em que as empresas compravam mais terrenos, levando a potencial excesso de oferta.
Desta vez, há cautela em aumentar o estoque. Até janeiro deste ano, segundo a consultoria, havia 2.838 unidades à venda na capital paulista, ante 3.518 em 2022 e 1.406, em 2021.
Pela análise da consultoria, enquanto em 2022 o número de lançamentos diminuiu por causa do receio de empresários com o cenário nacional, especialmente durante as eleições, neste ano é a taxa de juros que pesa na decisão dos empreendedores.
O especialista explica que a alta da Selic tem levado a saques recordes da poupança, diminuindo a oferta de crédito. Em janeiro deste ano, a retirada foi de R$ 33,631 bilhões, o maior saque líquido da série histórica do Banco Central, iniciada em 1995.
As fugas recordes de recursos da poupança pressionam os bancos a limitar o financiamento. “Esse encarecimento, de um lado, faz com que alguns incorporadores esperem um pouco mais para construir, e a outros, a procurar o mercado de capitais”, diz o diretor da Brain Inteligência Estratégica.
Segundo o executivo, esses movimentos fazem com que os planos de lançamentos sejam adiados.
Nesta quarta (22), o Banco Central decidiu manter a Selic em 13,75% pela quinta vez consecutiva, apesar da pressão do governo Lula (PT). A taxa está no maior patamar desde 2016.
A Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) afirma que os financiamentos habitacionais de médio e alto padrão são os mais impactados pela Selic.
Para a associação, uma possível medida para manter o crédito habitacional em patamar similar ao de 2022 seria o aumento no percentual de recursos da poupança, que é direcionado obrigatoriamente ao financiamento de imóveis, dos atuais 65% para 70%.
Araújo afirma que, neste ano, os imóveis de altíssimo padrão tendem a ter um volume menor de vendas comparado aos dois últimos anos -não por causa dos juros, mas porque é natural que ocorra uma acomodação após terem sido “absurdamente recordes” em 2021 e 2022.
A expectativa, segundo o diretor da Brain, é que os lançamentos de 2023 se concentrem no mercado consierado econômico, com o novo Minha Casa, Minha Vida. “Várias empresas que tinham abandonado esse segmento voltaram ou estão se constituindo para atuar “, diz França.
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