Residenciais com grife em São Paulo chegam a R$ 45 mil o metro quadrado

Dois dos empreendimentos premiados no Master Imobiliários, da Trisul e SKR, tiveram alta valorização entre o lançamento e a entrega das obras

Premiados como empreendimento residencial no 29.º Master Imobiliário, o Oscar Ibirapuera, da Trisul, e o Float, da SKR, são projetos autorais que têm a arquitetura como protagonista. Ficam na zona sul de São Paulo, distantes menos de três quilômetros um do outro. É meia hora de caminhada, cruzando dezenas de canteiros de obras entre Moema e Vila Olímpia, que vêm sofrendo intensa transformação urbana.

Lançado em 2019 e entregue no ano passado, o Oscar Ibirapuera foi construído em terreno de 4,2 mil m², na Avenida República do Líbano. “É o mais icônico da Trisul”, afirma o diretor de Marketing e Inteligência de Mercado, Lucas Araújo. “E registrou o maior resultado positivo.” O valor geral de vendas ficou em R$ 350 milhões. No lançamento, o m² era de R$ 24 mil, mas subiu para R$ 45 mil.

“A República do Líbano, que permeia os limites do Ibirapuera, tem um valor de m² dos mais altos da América Latina”, avalia o diretor da Trisul. A localização norteou o desenvolvimento do projeto em homenagem a Oscar Niemeyer, traduzido em duas torres – de 19 andares, incluindo térreo e quatro subsolos – de frente para outra obra do arquiteto: o Parque Ibirapuera.

Com vãos livres, formas arredondadas e curvas, usando vidro, metal e madeira, tem 56 apartamentos, entre 186 m² (com 3 suítes e 3 vagas) e 233 m² (4 suítes e 4 vagas), todos com vista para o Ibirapuera. “Um cartão-postal da cidade em cada janela”, como diz o marketing da Trisul. Todas as unidades já foram vendidas, segundo Araújo. Hoje, o preço final varia de R$ 8 milhões a R$ 10,5 milhões.

Para o tributo a Niemeyer, o estúdio global Perkins&Will foi convidado para fazer o projeto arquitetônico, enquanto Benedito Abbud assina o paisagismo e Fernanda Marques, o design de interiores.

Na visão da Trisul, o edifício é releitura do modernismo de modo contemporâneo. Um exemplo é o pavilhão com lajes flutuantes e revestimento em madeira, pilares e um rasgo no teto. “A abertura cria ângulos interessantes”, diz Douglas Tolaine, designer da Perkins & Will. “Moradores podem ver a piscina da janela dos apartamentos”, acrescenta.

No hall, moradores e visitantes passam por “uma marquise com áreas livres, lagos e luz natural filtrada pela vegetação”, descreve Abbud. Segundo o júri do Master, “além de ter localização privilegiada, projeto esmerado e belo paisagismo, o Oscar Ibirapuera foi sucesso absoluto de vendas, coroando a visão de mercado da Trisul”.

O prédio também ganhou prêmio de design residencial no Architecture Master Prize (AMP), em Bilbao, na Espanha. Na sua fase de construção, conseguiu o Selo Aqua HQE, da Fundação Vanzolini, que atesta a sustentabilidade e baixo impacto ambiental, garantindo a saúde e o bem-estar de funcionários e moradores.

É, também, o primeiro empreendimento brasileiro a receber o Selo Procel Edificações Residenciais, certificação de economia de energia criada pelo Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica, cujo objetivo é destacar os produtos mais eficientes em termos energéticos.

Pequeno porte
A arquitetura dá o tom na concepção do Float by Yoo, da SKR Arquitetura Viva, projeto concebido como edifício residencial, inovador e arrojado, em um terreno de apenas 850 m² na Vila Olímpia, bairro nobre da zona sul, um dos mais valorizados da capital.

O edifício de pequeno porte foi idealizado em 2013 e lançado só em 2018 depois de 18 estudos diferentes de projeto. A conclusão das obras ocorreu no ano passado.

No espaço limitado, a torre única foi erguida com 14 andares e 29 unidades, de um e dois dormitórios. “Vinte e três já foram vendidas”, informa João Leonardo Castro, diretor de Desenvolvimento e Gestão de Produtos da SKR, que destaca as formas e a concepção espacial do empreendimento como grande atrativo na conquista dos clientes.

“A arquitetura proposta para o Float by Yoo dispõe de três apartamentos por andar, num arranjo que surpreende pela grande proporção de vazio no core do edifício”, descreve o criador do projeto, arquiteto Angelo Bucci, premiado no Brasil e no exterior.

O empreendimento tem área total construída de 5,36 mil m² e privativa de 2,39 mil m². Seu desenho mescla linhas contemporâneas com toques modernistas, com estrutura em que predominam o concreto e o vidro. O conceito de “flutuar” (Float) vem da distribuição, nos andares, dos apartamentos que não se tocam, separados por um vão central que abre o edifício para o exterior.

São 20 unidades tipo, de 1 dormitório (de 61 a 70 m²), seis duplex de 2 dormitórios (113 a 123 m²) e três coberturas, de 1 quarto (117 m² a 138 m²). “Coberturas e as unidades duplex foram as primeiras vendidas”, revela Castro. No lançamento, o metro quadrado valia entre R$ 22 mil e R$ 24 mil, dependendo da altura do apartamento. Atualmente, o valor está entre R$ 28 mil e R$ 35 mil o m², diz o diretor.

O Float tem paisagismo de Raul Pereira e a decoração assinada por Yoo Studio, um dos maiores estúdios de design do mundo, e pelo escritório franco-brasileiro Triptyque, de arquitetura e urbanismo, conhecido por sua abordagem naturalista e racionalista. Um mobiliário dos designers Philippe Starck (do Yoo) e Marcel Wanders (com estúdio em Amsterdã que assina projetos de interiores e industriais) pode ser visto no térreo, que tem biblioteca, piscina e outros espaços de convivência.

Em seu voto, o júri do Master elogiou “o conjunto de soluções arquitetônicas, paisagismo e design de interiores, que permitiu tirar o máximo partido do imóvel e agregar valor ao empreendimento”.

Float foi premiado como residencial vertical no America Property Awards 2020, e design, e citado no Global Architecture Document 2022 entre os dez melhores trabalhos na categoria de edificações da premiação IABsp 2022, do Instituto de Arquitetos do Brasil de São Paulo.

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