Perdizes e Pinheiros lideram vendas em SP

Estudo constata que bairros da Zona Oeste da capital paulista registraram o maior aumento no número de imóveis comercializados no primeiro semestre do ano

Perdizes e Pinheiros são os bairros de São Paulo com maior crescimento nas vendas de apartamentos no primeiro semestre deste ano. É o que aponta o estudo “Ranking da Demanda”, da startup imobiliária Loft, que analisou a performance comercial em 30 localidades da capital paulista.

O levantamento utilizou dados do ITBI, o imposto municipal cobrado pela transferência de imóveis, e considerou apartamentos com o metro quadrado avaliado a partir de R$ 10 mil. A base de comparação é o primeiro semestre de 2019, quando o mercado imobiliário ainda não havia sido impactado pela pandemia.

Pinheiros registrou aumento de 35% no volume de transações, com 486 negócios registrados; Perdizes, 26% e 566 vendas. “São bairros muito consolidados, com ótima localização, acesso a vias importantes e infraestrutura de serviços completa, o que influencia a liquidez dos imóveis”, avalia Fábio Takahashi, gerente de Comunicação de Dados da Loft.

Na lista, bairros como Campo Belo, Brooklin e Santo Amaro também tiveram boa performance de vendas. “Os três têm boa oferta de imóveis e estão próximos a dois centros financeiros importantes, as avenidas Faria Lima e Berrini, o que atrai muitos interessados em morar perto do trabalho”, pondera Takahashi.

Quando estipulada a metragem mínima de 140 metros quadrados, outro bairro da Zona Oeste também se destaca: a Vila Madalena. Conhecido reduto da boemia, o local tem se modernizado nos últimos anos e vem ganhando empreendimentos de alto padrão. Comparando os primeiros seis meses de 2019 e os de 2023, o aumento nas vendas desse perfil de produto cresceu 48,9%.

Também nesse recorte, Perdizes e Pinheiros ostentaram resultados impressionantes, com índices positivos de 21,5% e 15,9%, respectivamente. “Vale observar como esses bairros conseguem atender a praticamente todo tipo de público e de poder aquisitivo, seja uma família estabelecida ou um jovem começando a vida em busca de imóveis que caibam no bolso”, analisa o gerente.

Outro destaque do estudo são os primeiros reflexos do Plano Diretor da cidade na oferta de imóveis menores. A pesquisa identificou um aumento de 20, 4% no volume de vendas de apartamentos entre 30 e 90 metros quadrados em relação ao início de 2019.

“Além da questão regulatória, que aumentou a oferta de compactos em São Paulo, fatores como juros altos, que reduziram o acesso ao financiamento para imóveis mais espaçosos, e uma certa diminuição do interesse das pessoas por moradias grandes também devem entrar na análise”, afirma Takahashi.

LANÇAMENTOS
Em relação ao volume de lançamentos nas categorias luxo e superluxo na capital paulista, o ritmo do primeiro semestre foi muito próximo ao registrado no ano passado. É o que aponta um estudo da Brain Inteligência Estratégica. Segundo o levantamento, foram 1.824 unidades novas colocadas no mercado, contra 1.829 há um ano.

“A expectativa quanto aos lançamentos é exatamente essa: repetir a performance de 2022”, diz o CEO da consultoria, o economista Fábio Tadeu Araújo. Contudo, o VGV apurado da primeira metade do ano é superior: R$ 6,6 bilhões, cerca de R$ 400 milhões acima do observado no ano passado. O volume total de vendas em ambas as categorias foi também maior:

“Isso mostra o momento de estabilidade do segmento, com um aumento no valor do ticket médio das propriedades comercializadas “, analisa Araújo. No Sudeste, segundo o estudo, o preço médio dos imóveis de luxo e superluxo ficou em R$ 3,5 milhões.

O ritmo mais lento nos lançamentos do semestre é justificado pelo executivo em razão de fatores como insegurança diante do novo governo e discussões a respeito do Plano Diretor da cidade de São Paulo, que postergaram a tomada de decisão dos incorporadores.

A performance de vendas dos imóveis de alto padrão no âmbito nacional cresceu 18,2%, com VGV 14, 4% superior. Percentualmente, o Nordeste vendeu mais: 85,7% acima do verificado no mesmo período do ano passado. No volume total, o Sudeste liderou até maio, com 2.255 unidades de luxo e superluxo vendidas.

Para Fábio Araújo, o mercado imobiliário de alto padrão é regido pela quantidade de produtos na prateleira. “Nesse segmento, a oferta cria a demanda, não o contrário. E, quanto maior for o valor do lançamento, mais essa demanda aparece ”, analisa.

A previsão é de um segundo semestre mais animado por fatores como preço dos insumos, inflação e indicadores políticos estabilizados, e queda na taxa de juros. “Tudo caminha para criar um ambiente econômico mais positivo para o segmento de luxo e superluxo até o final deste ano”, conclui.

Este conteúdo foi originalmente publicado em: 

Rolar para o topo