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Com mais semelhanças do que diferenças, rumos do mercado americano confirmam que retrofit é saída para manter os empreendimentos atraentes para ocupantes
À primeira vista, a comparação entre a Avenida Paulista e Manhattan pode soar exagerada e até prepotente, mas a verdade é que o mercado imobiliário dessas duas regiões compartilha muitas semelhanças. Localizados em São Paulo e Nova York, respectivamente, duas das cidades mais populosas e povoadas das Américas, os dois endereços têm em comum o fato de serem áreas muito procuradas por investidores e compradores de imóveis devido à sua localização central e ao alto valor agregado dos imóveis.
São áreas conhecidas por terem prédios comerciais e residenciais de alto padrão, além de serem importantes centros financeiros, empresariais e também culturais em suas cidades. Possuem grande oferta de comércio, lazer e serviços, como educação e saúde, próximos. Em suma: são símbolo de prestígio, referência para turistas e aspiração para quem é de fora.
Do ponto de vista imobiliário, outra semelhança é que tanto Manhattan quanto a Avenida Paulista apresentam um estoque envelhecido, com edifícios que já foram arranha-céus modernos em outras épocas, mas se tornaram obsoletos com o passar do tempo. Justamente por isso, essas duas localidades compartilham mais uma característica: seus empreendimentos vêm passando por uma onde de retrofits para se atualizar aos novos tempos.
Retrofit atualiza velhos clássicos
Retrofits são obras de atualização e modernização de construções ultrapassadas ou fora de norma. O objetivo principal do retrofit é a eficiência operacional, logo, faz com que o empreendimento se alinhe às mais recentes práticas de sustentabilidade.
As intervenções para modernização das instalações incluem renovação de fachada, reforço estrutural, revisão de infraestruturas elétricas e hidráulicas, substituição de lâmpadas incandescentes e fluorescentes por LED, aplicação de tecnologia aos sistemas.
Ou seja, o retrofit reposiciona e valoriza o prédio, atendendo às novas necessidades dos ocupantes. Considerando que cada vez mais empresas se comprometem com metas de ESG, elas precisam estar instaladas em edifícios eficientes – isto não é mais um diferencial e, sim, uma necessidade.
Estudo exclusivo da JLL sobre a região da Avenida Paulista mostra que Manhattan encontra-se à frente da Paulista na porcentagem de estoque retrofitado (aproximadamente 20% ante 15%). Ainda há muitas oportunidades de atualização por aqui.
Diferenças entre a Avenida Paulista e Manhattan
Até agora, falamos sobre as semelhanças, mas também é importante pontuar as diferenças entre os mercados imobiliários da Avenida Paulista e de Manhattan. A maior delas é que, na Avenida Paulista, não há espaço para novos desenvolvimentos, ao contrário de Manhattan.
Se, no mercado americano, mais maduro e ainda com oportunidades de lançamentos, o retrofit é alternativa para valorização do imóvel e atração e retenção de inquilinos, por aqui, esta não é uma alternativa, mas a única opção para os proprietários que quiserem manter seus empreendimentos ocupados e lucrativos.
A Avenida Paulista é um importante endereço para a vida corporativa, econômica, política e cultural de São Paulo e deve seguir assim. Mesmo sem lançamentos na via em si, as novidades no seu entorno, como o desenvolvimento da Avenida Rebouças, e a localização privilegiada com farta oferta de transportes devem contribuir para a manutenção do seu status e importância.
*Yara Matsuyama é diretora na Divisão de Escritórios da JLL.
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